Escolha Cinematográfica da Semana: Match Point
O trabalho de Woody Allen ou se ama ou se odeia, costuma dizer-se. O filme que tive o prazer de visionar no cinema Xenon é provavelmente uma mutação no seu estílo. Sim, manteve-se o olhar pecaminoso e quase detalhado à lupa sobre o relacionamento humano e todas as suas fraquezas. Mantiveram-se as situações kafkianas e os diálogos por vezes arrepiantes de tão dissecados que são. Os personagens continuam dolorosamente reais. Mas este filme é mais do que isso, fazendo um cruzamento para um público que não é somente o que segue o cinema independente. E arrisco-me a dizer que com este filme, Woody Allen estará provavelmente a mostrar que também pode combinar o whiskey com as pipocas.
Se me permitem, Match Point é parte romance Shakespiriano/parte suspense thriller Hitchcokiano. Ou ainda, para quem gosta mesmo de categorizar, uma trágico-sátira. Por outras palavras, tem um pouco de tudo. Manteve-me pertubadamente agarrado à cadeira, sempre desejando que os personagens não fizessem realmente aquilo que acabavam por fazer, cruel Woody este que nos obriga a distorcer os próprios pensamentos. É o mestre da psico-análise.
O casting dos actores é mais uma vez brilhante. A arrebatadora Scarlett Johanson que começa a afirmar-se como a nova rainha do circuito independente (The girl with pearl earing, A love song for Bobby Long e Lost in Translation) está igual a si própria. Jonathan Rhys Meyers que era para mim um total desconhecido é a personificação do filme. Começou por parecer esquisito e dissimulado, mas depois ocorreu-me...bolas, é mesmo isso que o personagem é! Este homem de expressão esculpida que faz lembrar Joaquim Phoenix, irá longe. O restante elenco faz-nos acreditar que devem ser uma família real, algures em Londres.
Resumindo, vale a pena arriscar ver este filme...até ao fim. Mas estão perfeitamente livres de discordar comigo.
3 Comments:
Caro jpt,
Está a referir-se ao Blog? Ao seu aparente adormecimento ultimamente? Se sim, gostava que fosse mais explícito.
Obrigado
Pois, o que se passa? Olha, no nkhululeko convido-te para uma brincadeira. Abraço
Caro jpt,
Muito obrigado, por vezes torna-se impossível fazer coexistir as coisas da vida com as coisas da escrita. Parabéns pelo seu Blog!
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